Em busca do protagonismo no WRC, Citroën quer reatar com Ogier e trazer Loeb de volta

Citroen quer juntar esse pessoal aí da foto novamente. Ousadia, não? - Foto: Ignition.my

A temporada 2017 do WRC está perto do fim. Com apenas mais três eventos pela frente no campeonato mais equilibrado dos últimos anos, fica difícil se concentrar em outra coisa que não a decisão do título, onde um novo campeão pode ser coroado após os quatro anos de domínio da Volkswagen e do francês Sebastien Ogier, ainda que o tetracampeão, hoje na M-Sport, lidere o certame e seja o principal favorito a erguer a taça.

Porém, há quem já espere ansiosamente por 2018, como é o caso da Citroën. E a marca francesa, outrora a maior força da categoria, está pensando grande. Muito grande. Tão grande que o objetivo da cúpula gaulesa é reunir novamente, nada mais nada menos do que o próprio Ogier e o eneacampeão Sebastien Loeb. Ousadia pura, não?

Ter os dois melhores pilotos da história recente do WRC no mesmo time, cada um exercendo uma função específica, seria algo espetacular. Mas seriam os dois franceses capazes de trabalhar juntos após toda a polêmica em que se envolveram no ano de 2011, quando formavam a dupla na própria Citroën? Pra mim, a resposta é muito simples: sem dúvida alguma.

Seis anos depois daquela temporada polêmica, o cenário para ambos é completamente diferente. Tetracampeão, Ogier estabilizou-se como o principal piloto do WRC na atualidade e não tem mais nada a provar na categoria. Já conquistou muito e, apesar de querer continuar vencendo e empilhando títulos, ele não é mais aquela promessa que quer se firmar a qualquer custo e o mais rápido possível no mundial. Com a idade vem a maturidade e, desta forma, ele chegaria para ser o líder incontestável da equipe. Não haveria o menor motivo para que alguém questionasse esse fato, uma vez que ele é o piloto ideal para tocar o projeto da Citroën no médio e longo prazo, mantendo a capacidade de trazer resultados imediatos.

Todavia, reatar o casamento com o francês pode não ser tão fácil assim. No último dia 7 de setembro, o chefe da equipe francesa Yves Matton, confirmou ao site da revista inglesa Autosport o desejo de ter Ogier novamente no time. Abaixo, segue a tradução livre do que Matton disse à publicação em um discurso que mistura certa cautela com um pouco de otimismo.

"Estamos fazendo disso nossa prioridade nos planos de fazê-lo se juntar ao nosso time. Estamos dando um passo de cada vez agora e é difícil dizer qual será sua resposta final - é claro que não somos os únicos tentando convencê-lo"

"No momento, não há um grande obstáculo. Não quer dizer que não possa haver um obstáculo. Poderia ser um dos grandes. Mas no momento estamos revendo diferentes pontos para encontrar quais são as expectativas dele, e quais são as nossas metas"

"Não importa se estamos 90% ou 10% (confiantes), se não está 100%, não está assinado. Seria bom tê-lo de volta, mas a prioridade é ter o piloto mais rápido - ele ser francês e nós sermos um time francês seria, como dizem, a cereja do bolo"
Para contar novamente com Ogier, a Citroën sabe que precisará trabalhar rápido e provar que pode lhe oferecer as chances de ser protagonista no mundial como ele deseja. E não há dúvidas de que a marca francesa tem todas as condições de fazer isso. Além do "know how" obtido com os anos de sucesso na categoria, a marca não quer medir esforços para dominar novamente o WRC, ainda que não tenha deixado a melhor das impressões neste ano de retorno ao mundial, onde tem sido apenas coadjuvante. Claro que nada é feito da noite para o dia, mas os franceses têm potencial para evoluir e se preparar para 2018.

E é aí que entra a figura Sebastien Loeb. Com Ogier sendo a principal estrela da companhia, o eneacampeão teria a função de ser o responsável pelo trabalho de curto prazo, tocando testes e participando de um programa limitado de eventos durante a próxima temporada, o que ajudaria o C3 - carro que tem sido utilizado pela marca neste retorno ao certame, a ter um desenvolvimento mais rápido. Hoje, dia 20 de setembro, Loeb participou de testes com o bólido, já que a ideia é utilizar toda a experiência e o conhecimento que ele possui para tocar o projeto na direção mais correta possível. Afinal, parece não haver ninguém no mundo melhor do que um cara que venceu nove títulos na categoria para saber o que precisa ser feito.
Loeb já está testando o C3. Experiência do eneacampeão pode ajudar a equipe para 2018 - Foto: Reprodução/Twitter
Por isso, acredito que esse trabalho específico de Loeb possa ter muita valia, sendo um diferencial, um argumento a mais para que a Citroën consiga convencer Ogier de que a equipe será o melhor lugar para ele em 2018.

O desfecho desta história deve ser revelado em breve, já que Ogier desejar chegar a uma solução rápida para seu futuro. O prazo dado pelo tetracampeão para a resolução de seu futuro expira no final do mês porque ele não quer postergar uma decisão tão importante como ocorreu no ano passado. Após a saída da Volkswagen do mundial, o tetracampeão não teve muito tempo para estudar qual seria seu próximo movimento na categoria. Testou com a própria Citroën, foi especulado na Toyota e acabou acertando com a M-Sport por conta de sua admiração pelo trabalho de Malcolm Wilson. E apesar de já ter dito que sua preferência para 2018 é seguir na equipe, o fato de a M-Sport ser um time independente acaba por jogar contra esse desejo, uma vez que é bem mais complicado trabalhar e desenvolver o carro sem o apoio de uma fabricante ou de uma grande patrocinadora. Aliás, buscar um acerto com a Ford ou com um patrocinador que possa bancar a equipe é justamente algo que o francês tem exigido para renovar.

Assim, o time capitaneado por Malcolm Wilson vai ter que correr contra o tempo para firmar um acordo que possa manter o tetracampeão como líder da equipe, porque o interesse da Citroën nos erviços de Ogier é bem sério e pode mudar os rumos da categoria para os próximos anos. 
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