Com novo modelo, Fórmula E reforça imagem de "categoria do futuro"


Não houve um fã algum de automobilismo que se manteve impassível assim que foram divulgadas - via Twitter - as primeiras imagens digitais da segunda geração de carros da Fórmula E, na última terça-feira (30). Também, não era pra menos, tamanha a mudança no design dos monopostos que serão utilizados na categoria a partir da temporada 2018/2019. Contando com diferenças gritantes em relação àquilo com o que nos acostumamos quando o assunto são monopostos "open wheel", o novo bólido parecer ter sido importado diretamente de Gotham, cidade onde o Batman circula com seu Batmóvel, ou de um filme de temática futurista, reforçando a imagem da categoria como sendo diferente de outras mais tradicionais.

Ao colocarmos os olhos no novo carro da Fórmula E - a ser construído pela Spark Racing Technologies, de cara notamos o sumiço de algumas peculiaridades que sempre marcaram os monopostos de fórmula. E a primeira delas é a não exposição das rodas dianteiras, algo fundamental para o conceito "open wheel", já conhecido por todos nós. Nos novos bólidos, no entanto, a parte dianteira possui uma cobertura semelhante a que vemos nos carros da categoria LMP1, do WEC, ainda que o bico alongado e a asa dianteira estejam presentes e adaptados ao design.

Outra alteração importante diz respeito a asa traseira, com a ausência do popular aerofólio (pelo menos da forma como estamos acostumados), que dá lugar a - digamos assim - duas aletas que também cobrem as rodas traseiras, uma vez que a aerodinâmica tem um papel menor na categoria. Além disso, um enorme difusor completa a parte de trás do bólido.

E pra fechar o pacote de novidades, o novo modelo traz ainda o famigerado Halo, peça que vem causando polêmica por sua introdução na Fórmula 1, mas que se apresenta de forma mais suave no bólido da Fórmula E, talvez por fazer parte do design do carro e não por ser somente uma peça acoplada aleatoriamente.

Ah, ainda existe mais uma coisa que não é perceptível a olho nu, mas que irá causar alterações na categoria: com a evolução tecnológica, os novos monopostos da Fórmula E passarão a contar com baterias de maior duração, o que dará autonomia para que os pilotos possam completar suas corridas utilizando somente um carro.

Ao produzir bólidos tão únicos, entendo que a Fórmula E passa a fortalecer ainda mais sua identidade como a "categoria do futuro", uma vez que sua premissa está justamente naquilo que a difere das demais, ou seja, na utilização da eletricidade como combustível. Por isso, creio que seja natural vê-la inovando e se arriscando na busca por uma "revolução", seja em design, seja em conceitos de competição ou mesmo na forma como o automobilismo poderá evoluir. E neste ponto, essa inovação acaba sendo algo bastante positivo, um grande acerto da cúpula que a comanda.

Aliás, o impacto causado pelo novo modelo de seus carros era justamente o que Alejandro Agag, fundador e CEO da categoria, buscava.

"Este carro representa o futuro do automobilismo. Quando começamos a Fórmula E, nosso objetivo era quebrar os padrões e desafiar o status quo - trazendo uma revolução ao esporte a motor. Essa nova geração representa essa revolução"

Alejandro Agag

Resta saber como esse passo da Fórmula E irá impactar e influenciar outras categorias importantes, pois não é de hoje que se discute esse tema. Basta lembrar que, em 2015, a McLaren já havia mostrado ao mundo um conceito similar com o seu MP4-X, modelo de carro baseado no que os estrategistas da fábrica inglesa pensavam sobre como seriam os monopostos de competição no futuro.

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